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Brasil perde mais uma, dessa vez 3 a 2 para Alemanha e Mano já balança no cargo

Vinte e quatro dias depois da eliminação traumática na Copa América, a Seleção Brasileira reviveu seus fantasmas nesta quarta-feira e continua devendo uma atuação convincente na era Mano Menezes. Pior que isso, o time foi sufocado em grande parte do jogo, perdeu por 3 a 2 para a Alemanha no Mercedes-Benz Arenas, em Stuttgart, e segue sem uma vitória contra uma seleção de ponta.

Schweinsteiger ,depois de pênalti polêmica cometido por Lúcio, e Götze abriram 2 a 0 para alemães no segundo tempo. Robinho encerrou jejum de mais de um ano e descontou de pênalti (não marcava desde a eliminação para a Holanda na Copa do Mundo de 2010), mas não evitou a terceira derrota brasileira com Mano Menezes. Schurrle ampliou o marcador em erro bizarro de André Santos, e Neymar encerrou o placar aos 46min.

As outras duas foram para outros gigantes do futebol mundial, França e Argentina. Contra a Holanda o País apenas empatou e no único jogo decisivo, contra o Paraguai, fracassou nos pênaltis de forma vergonhosa com quatro erros. A Seleção tem apenas seis vitórias em 13 jogos com Mano Menezes.

Nesta quarta, o Brasil já entrou em campo temendo o pior. Em pior forma física, na casa do adversário e contra um time já formado em consistente, Mano optou pela saída de Ganso e a entrada de Fernandinho para fechar mais o meio de campo. Não adiantou e Alemanha teve total controle da posse bola, pressionou em grande parte do jogo e sempre esteve acima do Brasil.

Não bastasse isso, a Seleção repetiu erros vistos na Copa América. No maior deles, a falta e poder de fogo no ataque. Em dois lances em que saiu na cara do gol, Alexandre Pato mostrou preciosismo parecido com o do torneio. No primeiro demorou a chutar. No segundo, tentou encobrir o goleiro. Nos dois lances esporádicos o jogo ainda estava 0 a 0.

Senhora do jogo, a Alemanha teve no meio-campo Götze e em Schweinsteiger os destaques. Neymar, que passou a noite febril pior conta de uma inflamação de garganta, apareceu pouco e levou perigo em oportunidades dispersas. Ganso entrou no segundo tempo quando o jogo já estava 2 a 0.

Para conseguir a recuperação, a Seleção ainda depende de confirmação de amistosos para os dias 2 e 6 de setembro. Depois enfrentará duas vezes a Argentina pela Copa Roca com jogadores que atuam só no País e enfrentará o México em outubro.

O jogo

O Brasil tomou sufoco nos primeiros 10 minutos de jogo em Stuttgart. Mano trancou mais o time em relação à Copa América, com Fernandinho fechando o meio de campo pela direita, Ramires pela esquerda e Ralf centralizado. E a Alemanha foi para cima, encurralou o rival e quase abriu o placar aos 4min, quando Götze recebeu no peito livre, ajeitou e chutou para boa defesa de Júlio César.

Perdido, o Brasil apostava apenas no contra-ataque. Neymar e Alexandre Pato saíam em velocidade a cada retomada de bola à espera de um lançamento longo ou de trocas de passe produtivas. Foi o que aconteceu aos 11min, quando Pato recebeu livre depois de boa triangulação no ataque, mas em vez de chutar, segurou e foi desarmado.

O domínio alemão continuou durante toda a primeira etapa. Foram 66% do tempo de posse de bola nove finalizações e apenas sustos esporádicos em contra-ataques brasileiros. Porém, o sistema defensivo recuperou-se da pressão inicial e teve uma atuação segura, com Ralf bem na cabeça de área.

A Alemanha encontrava espaço principalmente pelos lados, nas costas de Daniel Alves e André Santos. Os dois jogadores voltaram de férias há pouco tempo e faziam a estreia na temporada. No ataque, Neymar, que durante a última noite teve febre por conta de uma inflamação na garganta, era o mais perigoso, mas em sua melhor chance, já aos 44min, chutou cruzado para fora.

Surpresa de Mano, Fernandinho esteve discreto em campo. Foi notado apenas aos 30min, quando deu um carrinho forte em Götze, a revelação alemã. Recebeu apenas uma advertência verbal, embora a jogada tenha sido passível ao menos de um amarelo.

A dificuldade do jogo fez com que o Brasil fosse ao vestiário comemorando o 0 a 0. A impressão era deque o time de branco era formado por jogadores em pena forma, enquanto os de amarelo não conseguiam acompanhar o ritmo. Muitos dos jogadores do Brasil voltam de férias, enquanto na Alemanha a pré-temporada já acabou.

Segundo tempo

O Brasil voltou mais desperto do intervalo, ainda que tivesse no contra-ataque sua principal arma. A equipe de Mano Menezes manteve a mesma escalação, enquanto a Alemanha mudou seu ataque e retornou com Schurrle e Klose no lugar de Podoski e Gomez.

Logo no primeiro minuto, Ramires roubou bola na entrada da área e acionou Fernandinho no meio de campo. O meia achou Alexandre Pato na direita, que tentou toque por cobertura e viu a bola sair pela linha de fundo. A resposta alemã saiu em chute à distância de Lahm aos 7min, que bateu no ombro de Júlio César e assustou a torcida brasileira.

O placar foi enfim alterado a partir de um pênalti polêmico. Aos 13min, Klose tocou de calcanhar para Götze, que passou para Kroos na área. Lúcio chegou estabanado na marcação do alemão e o árbitro húngaro Viktor Kassai assinalou a falta. Schweinsteiger foi o responsável por cobrar a penalidade no canto direito de Júlio César, que saltou para o outro lado.

O gol desanimou a Seleção Brasileira, que deixou de atacar com a mesma intensidade. Para esfriar de vez o animo da equipe visitante, a Alemanha ampliou assim que Mano Menezes chamou Paulo Henrique Ganso. Kroos tabelou com Klose e lançou Götze entre os zagueiros, que driblou Júlio César e tocou para o fundo do gol.

A sorte do Brasil mudou aos 25min com novo pênalti suspeito. Maicon invadiu a área e foi desarmado por Lahm, mas o juiz viu infração. Robinho, que não participou da já histórica decisão de pênaltis contra o Paraguai nas quartas de final da Copa América (em que a Seleção perdeu todas as suas quatro cobranças), finalizou com estilo para descontar.

Qualquer tentativa de reação por conta da Seleção Brasileira caiu por terra aos 34min. A bola sobrou na esquerda da área para André Santos e, pressionado por Schweinsteiger, o lateral esquerdo falhou e viu o meio-campista tocar para Schurrle marcar o terceiro gol alemão em Stuttgart.

Já nos acréscimos, com as equipes jogando com calma, Neymar garantiu seu gol. O garoto do Santos aproveitou sobra de jogada de Ganso, cortou a marcação e chutou forte no canto direito de Neuer.