Política

Lula amplia vantagem sobre Bolsonaro em Minas Gerais

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera, com 43,6%, a mais recente pesquisa sobre intenções de voto para presidente em Minas Gerais. Ele é seguido por Jair Bolsonaro (PL), que tentará a reeleição e tem a preferência de 31,5% do eleitorado. Os dados estão em relatório do Instituto F5 Atualiza Dados, divulgado com exclusividade pelo Estado de Minas neste domingo (19/6).

Em fevereiro, mês do levantamento anterior da F5, Lula tinha 36,1% em Minas, ante 27,7% de Bolsonaro. Houve, portanto, crescimento de 7,5 pontos percentuais para o petista. Paralelamente, o presidente da República subiu 3,8 pontos.

O terceiro colocado é Ciro Gomes (PDT), que soma 5,5%. Atrás do trabalhista, está o deputado federal André Janones (Avante-MG), dono de 3,8% das menções.A senadora Simone Tebet (MDB-MS), tida como “herdeira” da terceira via, não chegou a um ponto percentual – aparece com 0,9%. Luciano Bivar (União Brasil), Felipe d’Avila (Novo), Vera Lúcia (PSTU) e Pablo Marçal (Pros) estão empatados na casa do 0,1%.

Leonardo Péricles (Unidade Popular), que foi candidato a vice-prefeito de BH em 2020, não conseguiu nenhum décimo.

Há, ainda, 8,3% de pessoas indecisas e 5,6% de possíveis votos nulos ou em branco. A abstenção foi de apenas 0,4%. Os números se referem à pesquisa estimulada, em que os eleitores precisam opinar sobre uma lista predefinida de possíveis candidatos.No levantamento espontâneo, em que os participantes podem mencionar livremente qualquer político, o petista tem 30,8%, contra 24% do pré-candidato do PL. Na pesquisa de fevereiro, o resultado tinha sido 22,4% para Lula e 18,8% para Bolsonaro.No levamentamento atual, eles são seguidos de longe por Ciro, que conseguiu 1,2%, e por Janones, dono de 1%. Simone Tebet e Sergio Moro (União Brasil) não chegaram a um ponto. Embora tenha sido citado, o ex-juiz está fora da eleição presidencial e deve tentar um mandato pelo Paraná.

Na pesquisa espontânea, existem 27,9% de indecisos e 10,6% de brancos e nulos. Outros 3,4% não responderam.

A F5 Atualiza Dados fez 1.560 entrevistas telefônicas em Minas entre os dias 13 e 16 deste mês. A margem de erro dos resultados é de 2,5% – para mais ou para menos.Do início do ano para cá, a busca por um nome capaz de romper a polarização entre Lula e Bolsonaro sofreu idas e vindas. João Doria (PSDB), que na semana passada anunciou a saída da vida política, era o pré-candidato tucano ao Planalto e tentava se cacifar como a terceira via. Sem emplacar nas pesquisas, porém, o ex-governador de São Paulo renunciou à disputa.

Outro tucano, Eduardo Leite, ex-governador gaúcho, também teve o nome defendido por aliados, mas não conseguiu entrar, de fato, no jogo. PSDB, Cidadania, MDB e União Brasil chegaram a anunciar uma aliança para tentar buscar um nome de consenso. O União, porém, deixou a coalizão e lançou a pré-candidatura de Bivar.

Paralelamente, a fim de substituir Doria, os emedebistas anunciaram Tebet – que conseguiu os apoios do Cidadania e dos tucanos.

Para Domilson Coelho, diretor-executivo da F5 Atualiza Dados e pós-graduado em Ciência Política, a ausência de uma terceira via clara explica a transferência de votos a Lula e Bolsonaro e, consequentemente, o crescimento das duas pré-candidaturas.

“O eleitor que estava indeciso e esperava um nome de conciliação por não querer Lula ou Bolsonaro, não encontrou isso. Quem não quer Lula presidente já está declarando voto em Bolsonaro; quem não quer Bolsonaro presidente novamente, declara voto em Lula”, diz.

Domilson crê que Tebet não será capaz de aglutinar o eleitorado que busca uma alternativa ao petismo e ao bolsonarismo. “Ela não veio com tempo suficiente para construir. É muito desconhecida e não representa uma terceira via”, opina. “Ciro também não consegue encabeçar esse projeto”, emenda.