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Exclusivo: CN conversa com responsáveis por ônibus da tragédia em Minas Gerais

Seis parentes de vítimas do acidente com o ônibus que fazia a linha Mata Grande – São Paulo, na sexta-feira (4) em João Monlevade, na Região Central de Minas Gerais, chegaram ao Instituto Médico Legal (IML), em Belo Horizonte, neste domingo (6), para fazer o reconhecimento dos corpos.
Após desembarcarem no aeroporto de Belo Horizonte, os parentes seguiram para o IML em viaturas da Polícia Civil de Minas (PC/MG), onde entregaram documentos das vítimas. Após o reconhecimento, parte do grupo viajou para João Monlevade, onde oito feridos estão hospitalizados.
O número de mortos subiu para 19, com o falecimento da dona de casa Maria Luiza de Oliveira, 56, que permanecia internada no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital Margarida.
Com exclusividade, o Correio Notícia ouviu Flaviano Carvalho, representante da empresa Localima, com sede em Mata Grande, e proprietário do ônibus sinistrado.
À reportagem, ele revelou que logo após a tragédia viajou para Belo Horizonte junto com a esposa (filha da dona da Localima) e o secretário municipal de Saúde de Água Branca, cidade onde vários mortos moravam, e na capital mineira agilizou todos os meios de colaboração com as autoridades daquele estado.
“Estamos aqui logo após a notícia da tragédia. Estamos ajudando as autoridades e principalmente as vítimas do acidente. É necessário que todos saibam que nossa empresa, criada em 1997, nunca enfrentou uma situação semelhante e ainda assim não seria justo nos furtarmos desse momento de dor”, revelou Flaviano.
Ele revelou que o ônibus não tinha excesso de passageiros, como foi erroneamente divulgado.
“Eram três tripulantes – dois motoristas e um ajudante – e os passageiros, entre eles três crianças de colo”, disse.
O representante da empresa confirmou a morte de um dos motoristas, que estaria dormindo na parte traseira do veículo.
“Lamentavelmente esse rapaz, que morava em Mata Grande, faleceu. O carro era dirigido pelo motorista reserva, que é um procedimento normal para viagens longas. Tudo estava conforme as regras, inclusive nosso ônibus havia sido vistoriado em outubro desse ano pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Não havia nada de irregular. Até os pneus eram novos, conforme a perícia pôde confirmar”, acrescentou.
Perguntado sobre as críticas das irregularidades do ônibus, que fazia o transporte de passageiros por força de uma liminar da Justiça e que o carro havia sido notificado três vezes no ano passado por dirigir com excesso de passageiros, Flaviano Carvalho revelou.

“Estão criando Histórias. A Localima comprou esse veículo ano passado ao Francisco de Assis, que adquiriu o mesmo carro da Viação Cometa, que é de São Paulo. Após a nossa compra, firmamos um convênio com a JS Turismo, de Goiânia, que faz essa linha onde aconteceu o acidente. Ou seja, estão divulgando irregularidades da um veículo de antes de comprarmos. Somo responsáveis nada temos a esconder”, desabafou ele.
Na sequência, Flaviano Carvalho revelou que quando foi firmado o contrato com a JS Turismo, também foram incluídas – como é normal nessas condições – cláusulas que impõe à empresa de Goiânia assumir o seguro em caso de tragédias.
“Temos a cópia do contrato, que é registrado em cartório, de que a JS Turismo deve arcar com o seguro em caso de tragédias com mortes. Não adianta agora essa empresa querer se isentar de sua inteira responsabilidade. Não adianta campanhas fake acusando a gente. Nós estamos aqui em Belo Horizonte prestando ajuda às autoridades e solidariedade às vítimas e às famílias dos mortos. Quem ninguém encontra aqui são os representantes da empresa que locou nosso veículo”, desabafou ele.
Sobre o acidente, Flaviano falou que as autoridades suspeitam que a responsabilidade foi do motorista reserva.
“Temos relatos que ele, enquanto dirigia, bateu com o retrovisor da traseira de um caminhão e parou o ônibus na ladeira, não acionou o freio e desceu do carro para olhar o problema. Foi aí que o ônibus desceu de ré”, finalizou

Fonte: Correio Notícia