Política

Deputado que viajou em avião presidencial com Bolsonaro declara apoio e tira foto com Lula

A passagem de Lula (PT) por Alagoas, no dia 17 deste mês, serviu, entre outras coisas, para esclarecer alguns posicionamentos de autoridades políticas locais. É o caso, por exemplo, do deputado federal Isnaldo Bulhões (MDB), natural de Santana do Ipanema, no Sertão do Estado.

Durante a visita do ex-presidente e pré-candidato à Presidência a Maceió, Bulhões aproveitou para tirar foto com Lula e declarar apoio a ele, por meio de suas redes sociais.

“Alagoas e o Brasil merecem seguir no rumo certo, e para isso acontecer queremos Paulo Dantas aqui e Lula lá. Hoje foi mais um dia histórico para nosso estado, pois iniciamos uma caminhada baseada em ideias e propostas ao lado daqueles que acreditam que governar é um ato de amor e cuidado com as pessoas”, postou o deputado na rede social Instagram, no mesmo dia da recepção a Lula, como legenda de fotos com o pré-candidato.

Cabe lembrar que, no dia 5 de novembro de 2020, o deputado Isnaldo Bulhões viajou no avião presidencial a convite de Bolsonaro, de Brasília (DF) para Alagoas. O objetivo era inaugurar um sistema de abastecimento de água no distrito do Piau, em Piranhas.

Na ocasião, alguns vídeos dos bastidores da viagem foram postados pelo deputado em seu perfil no Instagram e, nas imagens, os dois demonstravam bastante entrosamento. Naquele momento, portanto, Bulhões aparentava ser um apoiador de Bolsonaro, mesmo que na realidade não fosse e estivesse na viagem por uma questão institucional.

Porém, como na política as relações vão mudando conforme o momento ou a necessidade, está claro, desde o dia 17 de junho deste ano, que o deputado sertanejo vota em Lula para presidente da República.

Ainda sobre a inauguração que trouxe Bolsonaro ao Piau, naquele 5 de novembro de 2020, com a companhia de Isnaldo Bulhões no avião presidencial, o que chamou ainda mais atenção após o evento é que a Estação de Tratamento de Água (ETA) e a adutora que levariam água para os moradores da comunidade não estavam prontas. A água que jorrou após Bolsonaro ter acionado um registro para as fotos oficiais da cerimônia era oriunda de outra rede já existente na região.

Ou seja, após a saída das autoridades, tudo continuou como antes: quem tinha água continuou com ela, quem não tinha teve ainda que aguardar alguns meses até a obra ser realmente finalizada, pois a presença de Bolsonaro na localidade foi para uma inauguração “de mentirinha” ou “fake”, para usar um termo mais conhecido no momento. Todo esse vexame foi publicado por diversos veículos de imprensa na época, inclusive por alguns com repercussão nacional.