Política

Bolsonaro usa a mentira como arma para se manter no poder

O termo ‘fake news’ (notícia falsa) se popularizou de um jeito que atualmente é considerado como uma ‘indústria’ paralela, muito usada para destruir reputações ou mesmo inflar números, mudar fatos e jogar a discórdia geral e irrestrita na opinião pública.

Desta forma, o presidente Jair Bolsonaro, ao que tudo indica as investigações no STF, conseguiu sua eleição tendo como base milhões de postagens e disparos em redes sociais e aplicativos, como WhatsApp, por exemplo.

Esta tática e estratégia eleitoral não é nova, já foi usada como muito sucesso no passado, tendo o chefe da propaganda nazista, Joseph Goebbels como percussor. A ele é atribuída a frase: “Uma mentira dita mil vezes torna-se verdade”.

Goebbels é considerado um ‘gênio’ do mal, podemos assim dizer, pois conseguiu dominar completamente durante um bom tempo as mentes e corações do alemães, exercendo controle total da nação. É verdade que antes desse ‘feito’, os nazistas prenderam, mataram, torturaram e acabaram com toda e qualquer oposição, seja ela política, social ou até mesmo cultural.

Sabemos que as notícias falsas exercem controle sobre o individuo. Elas tem grande eficiência porque noticiam acontecimentos extraordinários e alarmantes, logo o internauta sente grande vontade de compartilhá-las, uma vez que as vê como algo importantíssimo e não tem o cuidado de pesquisar a fonte.

Mentira total

Desde que assumiu, em 1 de janeiro de 2019, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já mentiu 2.662 vezes, uma média de 3,2 declarações falsas por dia de mandato. Os dados são de um levantamento realizado pelo site Aos Fatos.

A mentira preferida e mais repetida de Bolsonaro é de que o Supremo Tribunal Federal (STF) eximiu a Presidência da República de tomar medidas contra o coronavírus. Ao todo, o presidente repetiu essa afirmação falsa por 87 vezes, desde 9 de abril de 2020.

Na campanha eleitoral de 2018, Bolsonaro usou e abusou das chamadas fake news, principalmente contra o então candidato do PT à presidência, Fernando Haddad e sua vice, Manuela D’Avila. Foram tantas e tão chocantes mentiras jogadas Brasil a fora através de redes sociais e aplicativos que até hoje os dois sofrem, pois muitas destas mentiras continuam circulando no meio do povo.

Há uma grande investigação em andamento através do Supremo Tribunal Federal (STF), comandada pelo ministro Alexandre de Moraes para detectar de onde partiram as ações antidemocráticas apoiadas pelos seguidores do presidente Bolsonaro.

Recentemente foi divulgado que a Polícia Federal tinha detectado a utilização de mecanismos de distribuição dessas mentiras através de dispositivos digitais localizados na casa do presidente no Rio de Janeiro e até mesmo no Palácio do Planalto.

O tal ‘gabinete do ódio’, supostamente comandado pelo vereador Carlos Bolsonaro, o Carluxo, tem forte participação de empresários bolsonaristas, que financiam o disparo em massa de notícias falsas ou outro tipo de informação distorcida para a legião de bolsonaristas digitais que existe em todo o país. Essa rede de mentiras é muito eficiente e circula em todas as classes sociais, movendo a opinião pública de uma forma que mantém o presidente Bolsonaro em ‘sólidos’ 25 a 30% de aprovação. O que é incrível, dado o fato do Brasil está passando por uma pandemia devastadora, com quase 500 mil mortos, muitos deles que poderiam ter sido evitados, caso o governo providenciasse a compra de vacinas e outros procedimentos de prevenção ao contágio pela Covid-19.

Pode-se dizer sem uma margem grande de erro que Bolsonaro se sustenta até agora tendo como base essa imensa rede de propagação de mentiras em redes sociais e aplicativos. Esse caldo de informação ‘cega’ parte do eleitorado, que tem no presidente uma vítima do sistema e de um suposto complô comunista internacional de desestabilização do seu governo.

Chega a ser surpreendente que um deputado medíocre como sempre foi Jair Bolsonaro e seus filhos, que também não dominam grandes conhecimentos intelectuais, tenham conseguido a proeza de criar e manter essa fenomenal rede de informação falsa. O mais incrível é que não há até agora nenhuma instituição, seja ela policial ou judicial que possa parar esse mecanismo de destruição da verdade.

Ao que tudo indica, a eleição do próximo ano será selvageria total, pois bolsonaro e os bolsonaristas não têm a menor intenção de soltar o osso do poder. Eles querem ficar anos, décadas, a vida toda no poder. Para isso, farão o que for possível e também o impossível, mesmo que tenham que passar por cima da verdade, como fizeram até agora.

Fonte: Repórter Maceió